25 abril, 2012

Dialogos II (para Charles Raimundo - Já basta I)

Ontem imposição, hoje consenso capitalista operando dentro de nós.
Nós dormimos na tranquilidade da segurança adquirida em troca de nossa liberdade.
Assim sonhos terroristas e clandestinos não podem nos invadir.
Indiferente a quem serão apontadas as armas.
Quais as melhores armas para se filtrar o sonho? qual @ terrorista da vez?

B dos anos 80.

Veja também:
Já basta I - por Charles Raimundo
Diálogos I (para Charles Raimundo - Já basta I) por Francisco de Assis

23 abril, 2012

Fantasias

Se não tivesse a fantasia eu jamais existiria,
eu nasci quando meus pais tiveram a fantasia mais foda.

Júnior

18 abril, 2012

Diálogos I (Para Charles Raimundo - Já Basta I)

É política, não?
Não.
Dinheiro talvez, sim?
Não.
Soluções vomitadas para todos os gostos
Por aqueles que não conhecem nem o cheiro do problema

Perguntaram a você se a ração desse mês está boa?
Cruzaram seu caminho no latão, indo à feira comprar batatas?
Lavaram seus pés com o vinho tinto da indiferença?

Uns vieram para semear
Alguns vieram para cultivar
Outros vieram para pilhar a colheita

Eles tentam, e vão continuar tentando. Em vão.
Por que nós viemos para arrancar e transformar cabeças

Francisco de Assis

veja também Já Basta I, o poema que deu origem ao Diálogos I

Já Basta I

Nem pátria nem patrão
Abaixo a tirania
impõem seu estilo e sufocam nossas vidas
imperialistas egoístas não querermos ser vocês
Latino americanos
unidos numa voz
América latina junte-se para viver
América latina junte-se para vencer.

Charles Raimundo

09 abril, 2012

Onde a água nasce tem um por do sol

E a água brotou da terra, e, sendo broto
desenhou um caminho que lhe era sabido desenhar
sem mesmo pedir permissão para a terra onde estivera

Apenas desenhou,
ora vagarosamente,
ora vertiginosamente.

Os pés descalços dos dois
que passeiam perto de seu leito
deixam marcas no solo escuro e úmido

São eles os transeuntes de um tempo perdido
Os mesmos que sonharam um dia, espaço incabível
Caminham de mãos dadas até o dia em que o sol se pôr

Assis Monteiro

02 abril, 2012

Escuro

Procurei alguns mestres do oriente, outros do ocidente
eles me disseram: "abandone o ego, dê a outra face".
Fechei os livros e, percebi que sou uma goiabeira, não caibo

Você que anda com essa expressão de urso de pelúcia
distribuindo abraços com cara de compreensão e amor
De hoje em diante não hesito em oferecer-lhe o meu pior

Olhe em sua volta, quem no meio dessa fauna de pelúcia
está realmente preocupado com você? Muitos perguntam:
"Como estás, tudo bem?" E poucos se importam com a resposta.

Estás só, somente só, assim vou lhe chamar, assim você vai ser
A fogueira das vaidades queima devagar, com paciência, mas, sem parcimônia
Esse fogo que derrete as vísceras e traz a tona as "verdades escondidas"

Eu abraço essa escuridão que você tanto teme, extraio dela o supra-sumo
Bebo da fonte que gira a roda eterna dessa vida complacente e inexorável
Meu âmago devora cada vã expectativa. Cerceia seus olhos incrédulos.

Não adianta, adiante não, (não) se precipite, sejamos otimistas (não?)
Atire todas as suas pedras, queime todos os modernos hereges
Tente cortar minha cabeça mais uma vez.

De nada adiantará,
Sou como a Hidra de Lerna.

Chico

Algum Poema

Como começa um Poema?
Quando vc passa e não disfarça o seu prazer em ser
Música para meu corpo
Dança para meus olhos
Alimento pro tesão e pra alma
Contigo compartilho gestos e cadências, gostos e olhares.
Quem está nessas linhas retas de palavras tortas?
Você!

B. dos Anos 80