02 abril, 2012

Escuro

Procurei alguns mestres do oriente, outros do ocidente
eles me disseram: "abandone o ego, dê a outra face".
Fechei os livros e, percebi que sou uma goiabeira, não caibo

Você que anda com essa expressão de urso de pelúcia
distribuindo abraços com cara de compreensão e amor
De hoje em diante não hesito em oferecer-lhe o meu pior

Olhe em sua volta, quem no meio dessa fauna de pelúcia
está realmente preocupado com você? Muitos perguntam:
"Como estás, tudo bem?" E poucos se importam com a resposta.

Estás só, somente só, assim vou lhe chamar, assim você vai ser
A fogueira das vaidades queima devagar, com paciência, mas, sem parcimônia
Esse fogo que derrete as vísceras e traz a tona as "verdades escondidas"

Eu abraço essa escuridão que você tanto teme, extraio dela o supra-sumo
Bebo da fonte que gira a roda eterna dessa vida complacente e inexorável
Meu âmago devora cada vã expectativa. Cerceia seus olhos incrédulos.

Não adianta, adiante não, (não) se precipite, sejamos otimistas (não?)
Atire todas as suas pedras, queime todos os modernos hereges
Tente cortar minha cabeça mais uma vez.

De nada adiantará,
Sou como a Hidra de Lerna.

Chico

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