21 maio, 2012

bio(grafia)

Sem palavras para dizer do que somos feitos
O poro preenche a vibração de seus átomos
Cheiro de campina molhada, pasto, siriguela.

Falei com mamãe; ela contou que você não está bem
Falei com meu irmão; ele contou que nada está bem
Você perguntava; "como você está filho, tudo bem?"

Lembro a mesinha de centro,
o cheiro de cachaça boa,
a cor da madeira do seu violão.
Eu ainda sonho com a viagem.

Tinha farinha, manteiga de garrafa, rapadura
feijão de corda, baião de dois e doce de leite
pamonha, cuscuz, bolo de fubá, café preto

Filmadora, fotografias, fumo-de-corda e a barba de meu avô
Suas palavras ainda tem o peso de mil sóis em meus sentidos

Querem que eu desista, mas pode ficar tranquilo, não o farei.
Cantarei uma canção pra você, aquela do Milton Nascimento:

"Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito..."

Júnior

09 maio, 2012

Seja meu corpo por mim

A pedra nasce pedra
A flor nasce uma flor
O ser humano nasce

Não se engane, sou otimista,
peço água em minhas orações
Me emociona o sorriso honesto
o olhar curioso e despretensioso

Entretanto você insiste;
catalogar, enquadrar, aparar
cercear, customizar, dizimar

Até a mais alta hipocrisia putrefata
de seu ideário natalino e deformante

A pedra vai morrer pedra
A flor vai morrer uma flor
O ser humano vai morrer "algúem"

Francisco de Assis

06 maio, 2012

Ogunhê: pelas lutas de ontem e de hoje

Com o axé de Ogum
africanos escravizados resistiram com
paixão e criatividade contra a opressão estabelecida.
Século XXI.... as lutas continuam.
A intolerância, o preconceito, a exclusão,
são alvos de nossas espadas.
E é sob a benção de Ogum
que venceremos os caminhos tortuosos.
Ogunhê!

Alexandra Alencar / Charles Raimundo