20 setembro, 2012

Uma casa no deserto

Quatro paredes sem janelas. Apenas uma porta.
É pra lá que eu vou quando preciso demolir
a descrença e todos os meus demônios

Esperava o que?
Talvez um sinal, uma palavra, qualquer sinal, qualquer palavra.
(O tempo escorria pela rachadura na parede)

Procurava o que?
Talvez um pedido, cinco letras, qualquer pedido, qualquer letra.
(O tempo rachava a frágil parede)

Destinado a encontrar o vazio,
Este imenso infinito de nada
onde o amor não tem espaço
e os cactos crescem viçosos

Chico

17 setembro, 2012

Gratidão ao velho Hazz - (Sonhos)

Meu bom amigo Hazz.
Este sentimento assusta quando vem?
Quero dizer quando chega assim desse jeito;
inundando a cidade e arrastando o sol pela gola da camisa?
.
Sabes por que te digo isto?
Porque Sofia é prova de sua existência.
não apenas ela, mas também presentes de lá
de lugares onde estivemos despertos de sua ausência

Me pergunto se os Dragões vivem algo semelhante...

Quando digo que é assustador não significa que sou eu.
Sim, são os outros! Mas ainda bem que tenho você.
Pois confesso; naquele instante pensei em desistir.

Foi por pouco, e quase me deixo 'quedar'
Lembrei de suas palavras e fechei os olhos
Voltei ao jardim, onde minhas bolas de gude brincavam sem gravidade
então eu pude dançar, sem tempo nem espaço a nossa forma de amar.

Francisco de Assis

16 setembro, 2012

O abrupto dos ventos

Experimentei calçar os teus sapatos e refazer meus passos
e de nada adiantou,
Pedalei em direção ao sol as 4h da manhã ouvindo Stones
foi reconfortante,
Cheguei até o porto e meu barco ali estava me esperando
foi uma bela vista,
Assim um pescador me avisou: - Vem tempestade pela frente!
icei a vela e parti,
Então senti a primeira rajada de vento velejando a seis nós
não senti medo,

apenas uma tristeza de quem partiu rumo a tempestade.


08 setembro, 2012

(Des)encaixe

Minhas mãos desenham no ar o seu corpo
procurando o encaixe perfeito das tuas escápulas

Meu peito insiste em guardar um pedaço de nuvem
daqueles que parecem algodão doce

Mas no olhar é que se vê o quanto existe
de ácido e corrosivo, de corpo atravessado

Os pés hesitam em refazer caminhos
os nós dos dedos e cada palavra dita

Olho para as minhas mãos e abraço esta condição!
O que eu poderia temer deste fascínio?

Acho que foi assim, entendendo um pouco de nada
neste momento ainda mais,
vejo o quanto entendo,
um pouco de nada




06 setembro, 2012

Palavras de um Dragão (Hazz)

E quando tudo isso parecer estranho
esse sorriso transbordará a tua morada
E quando tudo isso vier a te nocautear
esse peito amortecerá todos os golpes
E quando tudo isso não fizer mais sentido
esse coração receberá o seu espírito, luz.