21 maio, 2012

bio(grafia)

Sem palavras para dizer do que somos feitos
O poro preenche a vibração de seus átomos
Cheiro de campina molhada, pasto, siriguela.

Falei com mamãe; ela contou que você não está bem
Falei com meu irmão; ele contou que nada está bem
Você perguntava; "como você está filho, tudo bem?"

Lembro a mesinha de centro,
o cheiro de cachaça boa,
a cor da madeira do seu violão.
Eu ainda sonho com a viagem.

Tinha farinha, manteiga de garrafa, rapadura
feijão de corda, baião de dois e doce de leite
pamonha, cuscuz, bolo de fubá, café preto

Filmadora, fotografias, fumo-de-corda e a barba de meu avô
Suas palavras ainda tem o peso de mil sóis em meus sentidos

Querem que eu desista, mas pode ficar tranquilo, não o farei.
Cantarei uma canção pra você, aquela do Milton Nascimento:

"Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito..."

Júnior

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