17 janeiro, 2013

É pouca polpa aí o suco fica ralo

Um abraço demorado na porta da balada e o teu olhar desvendando corpos
como quem escolhe um leite condensado na prateleira do supermercado
É tudo leite condensado mesmo, então vai o mais barato!

Alguém se aproxima e pergunta como estou e isso faz meu estômago revirar
Distribuem sorrisos, dissimulando verdades, disseminando ilusões, semeando, semi-andando
A alegria em reconhecer é tão forjada que dói no peito que ainda tolera isto ou aquilo

Alguém se aproxima novamente e desta vez fala que é assim mesmo, "tá tudo certo"
Finjo prestar atenção mas meu pensamento voa em outro lugar longe de lá, longe, longe,
onde jorra o céu, as cores e os sabores, toda a vida que habita nesta pergunta: - Como vai você ?

Onde foi que deixei minhas tardes de sol?

Foi cedo ou talvez tarde, eu não saberia dizer, só sei que não foi tarde demais perceber o que há.
A água é boa, cristalina, inodora.
Mas de suco ralo eu passo tranquilo.

Francisco de Assis

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