01 setembro, 2011

Tempos difíceis

O corpo dói, minúsculas agulhas trespassando os ossos.
Cheiro de hospital, gosto de morte, o olhar incisivo da falta.

Papéis, pessoas, percalços, procedimentos, produtos, parafernália
pus escorrendo nos azulejos, brotando da terra morta e sem vida
promessa pérfida: paraíso.

Motorista dirige um caça MIG na hora do rush:
" - sai da frente velha! "
Curva o auto-voador ao meio

Correndo;
pra ver se dá tempo,
pra ver se um olhar me convence
pra ver se uma palavra me conforta,
como quando criança corria pros teus braços.

Arremetam seu laudo infindável dezenas de vidas sobre a mesa!

Essa não é mais uma,
é de onde eu vim.
É pra onde eu vou.
Sangue, carne, alma, luz.

Manda vir não sei de onde o alento da primavera,
que eu te espero na porta da saída com flores nas mãos

Francisco de Assis

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