11 junho, 2012

Um ser de areia (no tempo)

Poderia entregar-te meu anseio de não saber o que fazer com isso?
Daria assim um belo filme pra assistir com balde de pipoca no colo.
Poderia arriscar mostrar-te um quadro borrado guardado no sótão?
Um belo retrato de vida paisagem nos dias de solidão do sem fim.

Poderia dar-te todas as minhas chaves de casa, das portas às gavetas?
Seria um molho pesado e um belo passa (tempo) para sua curiosidade.
Poderia levar-te pelas ruas desertas de onde nasce o terror e o espanto?
Desceriam todos os anjos vestidos de sangue para dançar seus passos.

Poderia?
Sim poderia.
Mas não quero.

Assis Monteiro

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